A previsão de investimento de R$ 3,6 bilhões até 2029 pela Sabesp nos serviços de saneamento básico do Grande ABC merece ser registrada com atenção e reconhecimento. A destinação dos recursos a obras de ampliação da rede de distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto atende à meta de antecipar, em quatro anos, os prazos estabelecidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Iniciativas como o Água Legal e o Se Liga na Rede demonstram esforço em atingir populações em áreas vulneráveis, garantindo maior inclusão. A abrangência das ações, que alcançam seis dos sete municípios da região, aponta para uma mobilização técnica e financeira significativa.
Contudo, tamanho planejamento não pode prescindir de acompanhamento rigoroso por parte dos consumidores e das istrações municipais – nem da imprensa. Embora os valores e metas sejam claros, conforme detalha reportagem publicada nesta edição do Diário, a execução precisa ser fiscalizada para evitar atrasos ou descumprimento de etapas previstas. O histórico de obras públicas no País, infelizmente, ensina que a distância entre a promessa e a entrega pode ser considerável se não houver cobrança. E, neste caso, os cidadãos, que já arcam com tarifas elevadas pelos serviços de abastecimento e esgoto, têm todo o direito de exigir contrapartidas eficientes e dentro do cronograma.
Cabe, portanto, à sociedade civil, aos órgãos de controle e aos gestores municipais manterem vigilância permanente sobre as intervenções anunciadas. Este jornal, por exemplo, seguirá atento a cada o do cronograma, de modo a garanti-lo. A antecipação da universalização dos serviços deve ser tratada como compromisso, e não apenas como meta. O valor dos investimentos e a expectativa gerada pelas obras não se sustentam sem transparência e responsabilidade na gestão. Se a Sabesp tem o dever de cumprir o que prometeu, a população tem o papel de manter os olhos atentos a cada fase desta execução. Afinal, o que está em jogo não é apenas infraestrutura, mas qualidade de vida.
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