A decisão de restringir o uso de celulares e dispositivos eletrônicos em sala de aula é acertada. Há anos, educadores relatam a dificuldade em manter a atenção dos alunos em meio às notificações constantes e ao o ir a redes sociais durante as atividades. A medida visa recuperar a centralidade da aprendizagem e estimular a concentração, elementos fundamentais ao desempenho escolar. Entretanto, a aplicação dessa restrição precisa ser acompanhada de escuta e de adaptações que considerem as particularidades dos estudantes, como apontam relatos recentes de escolas do Grande ABC. A construção de ambiente mais equilibrado depende da norma e da forma como ela é implementada.
Relatos de estudantes indicam efeitos colaterais que não podem ser ignorados. Há quem sinta dificuldade de adaptação à nova rotina, especialmente durante os intervalos, quando a ausência do celular tem gerado desconforto e sensação de isolamento. Casos como o de alunos autistas ou com necessidades específicas também exigem exceções bem orientadas, como já prevê a legislação. Além disso, a falta de recursos adequados, como computadores em funcionamento para o a plataformas educacionais, agrava a situação. A experiência dos alunos mostra que a tecnologia, quando usada com critério, pode ser uma aliada pedagógica. Cabe às escolas ajustar as regras.
Mesmo com esses pontos, a ausência de registros de incidentes graves nos primeiros meses da vigência das novas leis sugere que a norma tem sido respeitada. Ainda assim, sua eficácia será maior se acompanhada por ações que incluam o diálogo com a comunidade escolar e o aprimoramento da infraestrutura digital. A segurança, o bem-estar e a aprendizagem dos jovens devem caminhar juntos, e para isso é necessário escutar quem está diretamente envolvido no dia a dia escolar. A restrição ao celular não deve ser revogada, mas aprimorada, para que atenda de maneira mais completa às demandas de um ambiente educacional moderno e inclusivo. O caminho está certo, basta sinalizá-lo melhor.
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